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Mais corrupção no governo Bolsonaro: empreiteira é contratada cobrando quase 90% a mais que concorrentes pelo mesmo serviço

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Números apontam para favorecimento por parte do governo federal à Engefort, campeã de contratos com a estatal Codevasf – Foto Reprodução / Via internet

Fica cada vez mais difícil para Jair Bolsonaro (PL) sustentar a bandeira de um governo sem corrupção: reportagem da Folha de S. Paulo desta quinta-feira (30) mostra que “a empreiteira Engefort, campeã de contratos com a estatal Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) sob o governo Bolsonaro, ganhou concorrências de pavimentação em 2021 com valores quase o dobro maiores que os de licitações em estados vizinhos vencidas por outras empresas”.

Os dados revelam discrepâncias de 87% no Tocantins, 71% na Bahia e 31% em Minas Gerais. ​​​​

Sob a gestão Bolsonaro, a Engefort tem vencido a maior parte das licitações para pavimentação. Ela costuma participar de licitações sozinha ou contra uma empresa de fachada registrada em nome do irmão de seus sócios.

A Codevasf, responsável por contratar a Engefort, foi entregue por Bolsonaro ao Centrão em troca de apoio político. As disparidades nos preços, de acordo com a reportagem, começam justamente nos mínimos das licitações fixados pela estatal. “As diferenças de valores indicam que a estatal não buscou aproveitar preços de suas próprias concorrências em estados vizinhos ou não fez cotações locais para buscar pagar menos”.

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A Codevasf alega seguir uma decisão de 2019 do Tribunal de Contas da União (TCU) no sentido de que “o Sinapi deve ter primazia em relação às cotações efetuadas diretamente ao mercado”. O Sinapi é um índice oficial de preços de insumos elaborado pela Caixa Econômica Federal. 

Outras posições do TCU, no entanto, dizem que a prioridade para licitações é sempre a economia para os cofres públicos. O Sinapi, segundo o órgão, deve ser desconsiderado quando não condizente com a realidade local.

A Engefort enriqueceu durante o governo Bolsonaro, deixando de operar somente em áreas em que tradicionalmente atuava, próximas à sua sede em Imperatriz (MA). Até abril deste ano, a União havia reservado R$ 620 milhões pagamentos à empreiteira. “O valor total quitado a ela já somava R$ 84,6 milhões”, destaca a Folha. “A Folha analisou 99 pregões de pavimentação da Codevasf de 2021, e a Engefort venceu 53 delas”.

Veja um exemplo da discrepância entre os valores cobrados pela Engefort, empreiteira preferida do governo federal, e outras empresas: para pavimentação com blocos de concreto no Tocantins, a Engefort cobrou R$ 144,40 por metro quadrado. Em licitação do mesmo tipo no Piauí, que foi vencida por outra empresa, o valor cobrado por 87% menor: R$ 77,34.

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Presidente do Ibraop (Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas), entidade que reúne profissionais da área de fiscalização de obras públicas, Anderson Rolim critica: “é difícil entender como a Codevasf deixa passar uma diferença de 90%, 70%, em contratos que ela mesmo faz. Não estamos falando do Governo de Sergipe contratando de um lado e do Governo da Bahia contratando de outro, estamos falando da Codevasf contratando nesses estados. Os valores do Sinapi não devem ser usados cegamente. É preciso ter um mínimo de controle e razoabilidade”.

A Engefort nega qualquer favorecimento indevido e diz se pautar pela lei. A Codevasf afirma buscar o menor preço nas licitações.

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Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária: Governo Federal reforça compromisso pela redistribuição de terras

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Lançado nesta semana, Terra da Gente amplia as formas de acesso à terra e tem como meta assentar 295 mil famílias até o fim de 2026 – Foto: Assessoria

O dia 17 de abril marca a Luta pela Reforma Agrária no Brasil. A data foi instituída pela Lei nº 10.469/2002 em memória ao Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará. Em 17 de abril de 1996, 21 trabalhadores rurais sem-terra foram mortos pela polícia durante manifestação que reivindicava a desapropriação de terras improdutivas para reforma agrária. Desde então, a data se tornou símbolo da luta e dos desafios enfrentados pelos trabalhadores rurais e dos movimentos sociais em sua busca por justiça, igualdade e dignidade no campo.

Recriado no ano passado, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) é um dos instrumentos do Governo Federal para essa frente. O ministério, por meio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), atua com políticas que promovem o desenvolvimento de assentamentos para combater a fome e a miséria no meio rural e reforça o compromisso com políticas que promovam o acesso à terra, conforme prevê a Constituição Federal.

“O Terra da Gente é uma estratégia de arrecadação de terras para destinar a assentamentos no Brasil, para que essas famílias possam cultivar a terra, produzir alimentos de qualidade, desenvolver suas famílias e botar os filhos para estudar”, diz Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar

Uma dessas políticas é o Terra da Gente, programa lançado nesta segunda-feira (15/4) com o objetivo de identificar e disponibilizar terras para assentamento de famílias que desejam viver e trabalhar no campo. A iniciativa representa uma nova estratégia para ampliar e agilizar o processo de reforma agrária, garantindo o direito constitucional à terra e promovendo a inclusão produtiva das famílias agricultoras. Em 2024, com orçamento de R$ 520 milhões, o programa tem como objetivo beneficiar 73 mil famílias. Até 2026, a estimativa é de que 295 mil famílias agricultoras sejam beneficiadas.

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“O que queremos fazer é mostrar aos olhos do Brasil o que a gente pode usar de terras disponíveis sem muita briga. Depois de fazer o assentamento, tem uma tarefa que é tão ou mais importante do que dar a terra, que é torná-la produtiva e atraente para que as pessoas continuem morando na terra e tendo nela uma razão de viver”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no lançamento do programa.

Um dia após o lançamento do programa, já foram oficializados nove assentamentos nos estados de Acre, Amapá, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Sul e Tocantins, que beneficiarão 797 famílias. Nesta quarta, durante o programa Bom dia, Ministro , o titular do MDA, Paulo Teixeira reforçou que a luta pela Reforma Agrária é uma urgência e ressaltou que o Governo Federal tem atuado para dar novos contornos ao tema.

“O Terra da Gente é uma estratégia de arrecadação de terras para destinar a assentamentos no Brasil, para que essas famílias possam cultivar a terra, produzir alimentos de qualidade, desenvolver suas famílias, botar os filhos para estudar e fornecer comida para um país que ainda tem gente com fome”, pontuou o ministro.

Mais do que dar a terra, o governo tem trabalhado para incentivar o crédito agrícola a pequenos produtores rurais e em programas para facilitar o acesso desse público a maquinários mais modernos, o que ajuda a convencer os jovens a se manterem na atividade rural.

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“Aumentamos em 16% os contratos de mecanização, para compra de trator, implemento agrícola, compras de automóveis, de inúmeros instrumentos que poderão mecanizar o campo. E a gente quer criar uma nova fase de mecanização. Por exemplo, que essa juventude volte para o campo e mexa com drone, com irrigação automatizada, com máquinas inteligentes. É assim que essa juventude quer. A juventude quer mexer com essas novas tecnologias”, explicou Paulo Teixeira.

Voltado ao fortalecimento do acesso à educação e ao conhecimento em áreas rurais, o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) completa em 2024 26 anos de criação. A ação tem como objetivo principal apresentar e apoiar projetos educacionais voltados para o desenvolvimento das áreas de reforma agrária.

O Pronera é destinado a jovens e adultos residentes em assentamentos reconhecidos pelo Incra, comunidades quilombolas, professores e educadores engajados em atividades educacionais voltadas às famílias beneficiárias, e pessoas incluídas no Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF). O programa ocorre em parceria com instituições de ensino públicas e privadas, com formações de nível médio, profissionalizante, cursos técnicos e até formação de nível superior e pós-graduação.

A Reforma Agrária tem o objetivo de democratizar o acesso à terra e garantir sua função social, combatendo a concentração fundiária excessiva e promovendo o desenvolvimento sustentável. É com esse propósito que o Governo Federal tem implementado políticas e programas destinados a democratizar o acesso à terra e promover a distribuição igualitária.

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