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Testemunha relata em audiência ter sido agredida e forçada por policiais a carregar corpos dos 28 mortos no Jacarezinho, no Rio

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Audiência sobre a morte de Omar Pereira contou com grande presença de agentes da PRF e da Core, com roupas camufladas. Defensor afirmou que testemunhas ficaram intimidadas – Foto: Reprodução/TV Globo

Uma testemunha da morte de Omar Pereira, na operação que terminou com 28 mortos no Jacarezinho, em maio de 2021, contou em audiência na justiça que ouviu o momento em que a vítima foi baleada.

Guilherme Patrocínio, morador do Jacarezinho, relatou ainda que foi agredido por agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), unidade onde os dois policiais denunciados pelo ministério Público pela morte de Omar eram lotados.

Pereira contou com grande presença de agentes da PRF e da Core, com roupas camufladas. Defensor afirmou que testemunhas ficaram intimidadas.

A audiência de instrução e julgamento desta quarta-feira (29) começou com a presença de dezenas de agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na sala de audiência. Boa parte deles usava uniforme da corporação, com roupas camufladas.

Em determinado momento da sessão, o defensor público Daniel Lozoya, que nesse caso atua na assistência de acusação, disse que as testemunhas estavam com medo de depor por conta da presença de policiais da Core no local.

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Lozoya pediu que a audiência fosse realizada a portas fechadas, mas o juiz Daniel Werneck Cotta indeferiu o pedido.

Testemunha nega arma na casa

A primeira testemunha contou que estava na casa de uma parente quando Omar Pereira entrou, baleado no pé. Segundo ele, todos estavam na sala.

“Eu estava na casa da minha tia e aí que estourou a operação. Do nada, o Omar realmente entrou baleado no pé, pedindo para ficar lá”, relatou. Segundo ele, Omar não estava armado.

“Botamos um pano no pé dele e deixamos ele lá, no quarto da menina. Estava saindo muito sangue”, contou.

Segundo a testemunha, 40 minutos se passaram entre a chegada de Omar e o momento em que os policiais entraram na casa.

“Pedindo (para entrar), mas já querendo arrombar mesmo, e depois subiram, abordando todo mundo. Que eu me lembre chegou primeiro só um (Douglas Lucena Siqueira), mandou eu levantar a blusa”, contou.

Em seguida, dentro da casa, a testemunha disse que ouviu apenas um disparo, e Omar teria gritado.

Agentes da coordenadoria de recursos especiais (Core) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na audiência de instrução e julgamento – Foto: Henrique Coelho

“Ele gritou ‘ai’”, contou.

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A testemunha contou que ele e outras pessoas que estavam na casa foram levadas para outra residência logo depois disparos. Ele alega que não viu nenhuma arma que não fosse dos policiais na casa no momento em que Omar foi atingido, e que não havia nenhuma granada na casa.

Guilherme afirmou ainda que foi dito que havia um mandado de busca e apreensão contra ele, e que, atualmente, está preso por associação para o tráfico de drogas.

“Um pediu meu nome, já me falaram que eu estava com mandado de busca e apreensão. ‘Esse aqui é inimigo do estado, por que que ele tá vivo? É pra matar ele também’. E aí já começaram a me bater”, disse Guilherme.

O homem contou que saiu da casa, e que viu vários corpos no chão ao deixar a residência. Em seguida, Teria ouvido dos policiais uma pergunta, e depois uma ordem:

“Você já carregou corpo na sua vida? Então vai ser hoje que tu vai carregar”, contou.

Jacarezinho: Agentes da Core presentes na audiência sobre morte no Jacarezinho – Foto: Reprodução / TV Globo

Por – Henrique Coelho, Carlos de Lannoy e Lilian Ribeiro, g1 Rio, TV Globo e Globo Newss

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PF prende ex-deputado federal do Pará pela prática de crimes eleitorais no Aeroporto Internacional de Belém

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Ex-parlamentar foi detido no aeroporto de Belém – Foto: Assessoria

(PF) – A Polícia Federal prendeu um ex-deputado federal pelo estado do Pará no início da manhã desta quinta-feira (18/4), no Aeroporto Internacional de Belém, pela prática de crimes eleitorais. Ele foi abordado ao desembarcar na capital paraense e encaminhado ao sistema prisional do estado.

A prisão preventiva requerida pela Polícia Federal foi deferida em razão da prática reiterada, entre outros, dos crimes eleitorais de violência política praticados contra deputada federal por meio das redes sociais.

O Tribunal Regional Eleitoral também ordenou a exclusão das postagens em redes sociais que motivaram o mandado de prisão.

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