Economia
Indústria brasileira encolhe e fatura 22,5%, o desemprego aumenta e a população fica cada vez mais pobre
Economia
Com o enfraquecimento da indústria, o desemprego aumenta e a população fica cada vez mais pobre – Foto: Rodolfo Buhrer / Reuters
Brasil 247 – Os ganhos da indústria encolheram desde o golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e nos governos Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). Após ter atingido um pico histórico em agosto de 2013, durante o governo Dilma, o faturamento industrial recuou 22,5% até o último mês de fevereiro, segundo dados da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Nos números já foram considerados os ajustes sazonais (conforme o mês) e inflação. O enfraquecimento da indústria se reflete no desemprego e na baixa remuneração da população.
Desde o pico histórico, o Brasil sofreu sucessivas crises, a começar pelos danos causados pelo golpe contra Dilma, além da pandemia e demais turbulências políticas. Ao UOL, especialistas ressaltaram, porém, que o Brasil já vem se desindustrializando há 40 anos.
Economista-chefe da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Igor Rocha, afirma que o Brasil passa por um processo de desindustrialização desde a década de 1980. “O problema da indústria vem de antes destes eventos [crise das contas públicas e pandemia]. Quando analisamos o desenvolvimento, os países tendem a se desindustrializar naturalmente na medida em que fazem a passagem da renda média para a alta renda. No Brasil, a desindustrialização ocorreu sem que o país atingisse a alta renda”.
Rocha ainda cita a alta taxa de juros no Brasil, que impacta diretamente nas vendas da indústria. “A indústria de transformação, assim como a construção civil, é um setor muito sensível ao crédito, porque as pessoas fazem financiamentos para consumir bens. É diferente do setor de serviços, em que pouca gente pega crédito para consumir”.
Gerente de análise econômica da CNI, Marcelo Azevedo responsabilizou o “custo Brasil” pelo revés. “Há questões de tributação, burocracia e infraestrutura. O que aconteceu é que, naquele período [2013], o crescimento da economia brasileira estava muito forte e, por mais que a fatia da indústria estivesse cada vez menor, o bolo ainda estava crescendo. Quando a maré virou, os problemas da indústria se tornaram mais evidentes”.
Superintendente da área de projetos da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), Gabriel Emir Moreira e Silva cita excesso de impostos e regras tributárias, além da exportação de mão de obra qualificada. “Trabalhadores mais qualificados também estão indo para outros países. O Brasil está exportando estes valores. (…) Para montar um parque industrial aqui, o investidor precisa observar muitos detalhes. Há fatores como ambiente político, risco jurídico, mercado consumidor e estabilidade de regras tributárias. O problema é estrutural. A saída para a industrialização passa pela reforma tributária, pelo investimento em educação e pela criação de um ecossistema de inovação mais favorável”.

Economia
Alta no PIB do primeiro tri é mais fruto da normalização da economia do que crescimento real, diz FGV
PRIMEIRO
Economistas destacam que o crescimento de 1,5% do PIB no primeiro trimestre “é muito mais uma volta ao período pré-pandemia”, do que um avanço real – Foto: Reuters
O crescimento de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre deste ano sobre o quarto trimestre de 2021, e de 2,4% sobre mesmo período do ano anterior, é mais fruto da normalização da atividade econômica ao nível pré-pandemia do que um avanço real da economia. A conclusão consta do Monitor do PIB divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira (17).
“É muito mais uma volta ao período pré-pandemia. Ninguém fica muito feliz de saber que, depois de dois anos ganhando menos por causa de uma pandemia, voltou a ganhar o que ganhava antes. Todo mundo quer ganhar mais”, disse o coordenador do Núcleo de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), Claudio Considera, ao Estadão Conteúdo.
“Não é de hoje que o Brasil está andando de lado. Faz tempo que estamos com 1% de crescimento. Não dá para comemorar crescimento de 1% como se fosse um grande milagre. Crescer 1% é muito ruim, isso precisa ficar claro”, completou o economista.
“Nota-se que o desempenho do PIB ainda tem sido impulsionado pela normalização do nível de atividade pré-pandemia e este efeito está se esgotando, o que liga um alerta para a sustentabilidade do crescimento”, ressaltou Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB – FGV, por meio de uma nota oficial.
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